Sem dúvida, o câncer de mama é o tumor mais frequente entre as mulheres em todas as partes do Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa de novos casos para 2024 é de 73.610. Ademais, a taxa de mortalidade causada pela enfermidade persiste elevada, com mais de 20 mil mortes contabilizadas no último ano, segundo informações do DataSUS. Isso ressalta a importância de se concentrar na prevenção e, principalmente, na identificação antecipada, que pode ampliar consideravelmente as possibilidades de êxito no tratamento.
Neste texto, vamos investigar cinco aspectos cruciais sobre o câncer de mama, destacando a relevância do diagnóstico antecipado e os principais fatores de risco que podem afetar o progresso da doença. Prossiga com a leitura para compreender mais profundamente como você pode salvaguardar sua saúde e, quem sabe, até mesmo salvar vidas.
1. O diagnóstico precoce é a chave para o sucesso no tratamento
Quando abordamos o câncer de mama, a detecção antecipada é um dos elementos cruciais para potencializar as possibilidades de cura. O diagnóstico antecipado refere-se à detecção do câncer antes da manifestação dos sintomas. De acordo com a Dra. Segundo Fernanda Philadelpho, especialista em radiologia de mamas, o rastreamento, principalmente através da mamografia, visa identificar qualquer irregularidade antes que a paciente manifeste sintomas perceptíveis. Exames de imagem, como a mamografia, são fundamentais para detectar alterações sutis que possam indicar a doença, permitindo um rápido encaminhamento para a biópsia e o tratamento.
A mamografia é aconselhada para mulheres com mais de 40 anos, mesmo para as que não apresentam fatores de risco identificados. É crucial enfatizar que a detecção do câncer de mama não se baseia somente na idade, mas também em outros aspectos individuais que podem elevar a probabilidade de evolução da enfermidade. Assim, a consulta frequente a um médico é crucial para estabelecer a regularidade e o tipo de exames requeridos.
2. A obesidade é um fator de risco significativo
A obesidade é vista como um fator de risco para várias doenças crônicas, incluindo o câncer de mama. Conforme o Dr. Segundo Fernando de Barros, cirurgião bariátrico, o acúmulo excessivo de gordura no corpo causa inflamação crônica sistêmica, que pode favorecer o surgimento de tumores, como o câncer de mama. Mulheres com sobrepeso, com índice de massa corporal (IMC) superior a 30, apresentam um risco elevado de desenvolver a enfermidade.
Esta conexão entre a obesidade e o câncer de mama é intensificada pela função do hormônio estrogênio. O aumento de peso aumenta a capacidade do tecido adiposo de converter estrogênio, o que pode impulsionar o desenvolvimento de células cancerígenas. Isso é particularmente pertinente para os tipos de câncer de mama classificados como receptores de estrogênio (ER+), que correspondem a aproximadamente 80% dos diagnósticos.
Ademais, a obesidade pode afetar adversamente a resposta ao tratamento, tornando mais difícil a recuperação e elevando a probabilidade de recaídas. Assim, manter um peso adequado é fundamental não só para prevenir o câncer de mama, mas também para aprimorar os resultados em situações de diagnóstico.
3. A menopausa precoce aumenta o risco de câncer de mama e ovário
Uma pesquisa publicada recentemente na revista Nature evidenciou uma ligação entre a menopausa precoce e o risco elevado de câncer de mama e ovário. O estudo examinou amostras genéticas de mais de 100 mil mulheres e concluiu que aquelas que atingem a menopausa antes dos 40 anos correm um risco consideravelmente maior de desenvolver esses cânceres.
A menopausa precoce está ligada à insuficiência ovariana precoce, uma condição na qual os ovários cessam suas funções antes do período normal. Portanto, essa mudança está relacionada a mutações genéticas, como as identificadas nos genes BRCA1 e BRCA2, já amplamente reconhecidos por elevar o risco de câncer de mama e ovário.
Assim, as mulheres que passam pela menopausa precoce precisam estar particularmente atentas ao seu risco e considerar um acompanhamento mais rigoroso com profissionais de saúde, incluindo exames preventivos regulares.
4. Mutações genéticas são responsáveis por uma pequena parte dos casos
Apesar de mutações genéticas como as dos genes BRCA1 e BRCA2 elevarem o risco de câncer de mama, elas são responsáveis por apenas uma pequena parcela dos casos detectados. De acordo com a Dra. Segundo Giullia Bortolini, especialista em oncologia, somente 10% a 15% dos casos de câncer de mama estão associados a alterações genéticas hereditárias.
A maior parte dos diagnósticos de câncer de mama é relacionada a outros fatores de risco, tais como idade, modo de vida e histórico de gravidez. No entanto, é crucial que mulheres com histórico familiar relevante de câncer de mama ou ovário busquem orientação genética e realizem exames para verificar a existência dessas mutações.
5. A prevenção começa com hábitos saudáveis
Em grande medida, a prevenção do câncer de mama depende da adoção de um estilo de vida saudável. Manter uma rotina de atividades físicas constantes, evitar o abuso de álcool e não fumar são algumas das principais orientações dos profissionais de saúde. De acordo com a Dra. Segundo Giullia Bortolini, a implementação de práticas saudáveis pode diminuir consideravelmente os fatores de risco para o câncer de mama.
Ademais, uma dieta equilibrada, com consumo reduzido de gorduras saturadas e abundância de frutas, legumes e fibras, tem um papel crucial na prevenção. Pequenas alterações no dia a dia, como a prática regular de caminhadas e a diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados, sem dúvida podem influenciar positivamente a saúde como um todo, e especialmente na prevenção do câncer.
Em resumo, o câncer de mama é um fato que impacta muitas mulheres. No entanto, a boa notícia é que existem métodos eficientes para diminuir o risco e aumentar as possibilidades de êxito no tratamento, principalmente através do diagnóstico precoce e de escolhas de vida saudáveis. Mantenha-se informado sobre os exames preventivos, mantenha-se atualizado sobre os fatores de risco e, assim, visite regularmente seu médico. A informação e a prevenção são seus principais aliados no combate ao câncer de mama.